O advogado Ronaldo Lemos, que desempenhou um papel fundamental na formulação de políticas e governança digital, falou sobre a inteligência artificial durante entrevista ao No Lucro, da CNN.

"Com a inteligência artificial, a profissão do advogado mudou completamente. O que eu uso hoje de ChatGPT e outras ferramentas no dia a dia da profissão é muito impressionante. Eu acabo vendo, na linha de frente, essas mudanças que a tecnologia traz."

Além de ser sócio do Rennó Penteado Advogados, escritório brasileiro líder em tecnologia, ele também é membro do Conselho de Supervisão da Meta, do Conselho Consultivo de Segurança do Spotify, da Stellar Development Foundation e do Museu do Amanhã no Rio de Janeiro, entre outras organizações influentes.

“O maior risco que o Brasil sofre com relação à IA é de ficar fora do jogo. Isso aí é um risco existencial para o país, porque a IA vai determinar uma boa parte do futuro. E o Brasil, ao abrir mão e não participar desse jogo de alguma maneira, isso para mim é uma tragédia nacional. Porque tem áreas que a gente pode ser muito competitivo.”

Em entrevista, Lemos ainda mencionou sobre o medo que as empresas e as pessoas possuem da Inteligência Artificial. “Você não vai perder o emprego para a IA. Você vai perder o emprego para uma pessoa usando IA melhor que você.”

Ronaldo Lemos fundou o primeiro centro de pesquisa em tecnologia e sociedade do país, criando o Marco Civil da Internet - uma lei nacional que governa questões relacionadas à internet - em um processo colaborativo.

“O maior medo que as empresas de IA têm é quanto à ideia do chamado muro, que é você chegar a um determinado ponto e a IA parar de progredir, né? Então, assim, não tem mais dado, não tem mais nenhuma mudança do ponto de vista do modelo que possa gerar um salto tão grande quanto esse que a gente está vivendo agora."

No entanto, ele explica que essa situação ainda não está acontecendo e exemplifica: "A gente vê até pelos modelos da OpenAI: cada modelo dá um salto de capacidades, e ele vai tendo saltos muito grandes. Então, a gente está vendo uma progressão rápida.”

“Eu já uso hoje o Operator da OpenAI. É muito impressionante, porque ele vai à internet e faz compras para você — ele compra ingresso para show, reserva restaurante... E o ponto principal é que, assim, você dá um problema para ele, né? Tipo: ‘Ah, eu quero comprar ingresso para o show do Gilberto Gil.’ Você só fala isso. Ele vai à internet, pesquisa onde tem o show, entra no site que está vendendo e compra o ingresso.”

“Comigo, ele (ChatGPT) é muito frio, muito formal. Eu acho que até ele espelha um pouco o meu jeito de comunicar. Com a minha mulher, ele chama ela por diminutivos. [...] Ele é muito mais efusivo, ele é muito mais pessoal, ele usa um monte de adjetivos, usa gíria. [...] Isso eu acho muito impressionante. E acho até um pouco preocupante.”

No Lucro

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